quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A loba



A loba
Agora não quero mais uma mulher princesinha,
Quero mesmo uma Loba Má
Sim, uma mulher Loba Má, feroz!!!!

Ela vai escutar-me
Vai espreitar-me
Vai seguir-me

Se vai... ora se vai!!!
Vai espreitar o meu cheiro
Vai procurar o momento mais certo
Não vai querer errar!!!

Depois de acertar tudo,
Depois de definir a hora exata,
Finalmente, depois de atacar-me,
Estejam certos, vai me comer melhor!

Som

Som


Som distante, nostálgico...
Sem compromisso, sem censura...
Sem medo: som... som!!!

Vale do distante, do eterno,
Da certeza de que se vai um dia,
Calado, quieto, imóvel...

Antes, no entanto: vida!!
Vida vivida, sofrida, alegre,
Voada, tenra, malograda!
É pouca, pra se querer mais.


Ah! Dúvidas pálidas, sensatas!
Da grande incerteza noturna,
não é o acaso o senhor do tempo!
não é a morte a única certeza exata?

A última vez...

A última vez...

A última chance
A última vez
O último olhar
O último adeus... frio!!!

A última curva de um tempo sem gosto...
Tanto esperar e eis: o último encontro.
Providência da vida? Se foi, não sei.
Um pesar, um olhar, um desencanto...

Duas flechas que se cruzam no firmamento
Seguimos como se "nunca tivesse havido" nada...
Tempero, brincadeira, banquete dos deuses?
Obra ou querer de um Tom Maior?

Caminheiro

Caminheiro

23 de janeiro de 2014 às 18:29
Caminheiro que navega o tempo,
Que tem sede, fome e esperanças
Que anda, que cansa e que não desiste.

Diga-me que lembranças trazes?
Diga-me por que olhas tão distante?
Diga-me o que aflige o teu coração?

Caminheiro que vaga sem destino,
Nas curvas incertas de uma estrada sem fim.
Nem tristezas, nem saudades te matam,
Talvez a dor, a mágoa, a saudade?

No teu caminho, quantos vales e montanhas!
O que procura nesta busca insana?
-"Talvez só um abraço, um sonho, um desejo...
 Talvez, a beleza de um sorriso... a doçura de um beijo."

O Brasil...

O Brasil...


Apesar de todos os problemas do Brasil, penso que a ditadura (seja militarista, fascista, nazista, imperialista, comunista, socialista capitalista e todas as ...istas) não é a  solução. Penso que é possível olhar positivamente para a frente. É possível buscar soluções novas trabalhando, pensando, estudando, pesquisando, manifestando, protestando, etc.

 Eu sempre penso que pessoas educadas e inteligentes não precisam de um ditador para dizer o que elas devem fazer. Um povo educado e inteligente sabe construir os seus caminhos e os seus destinos. A história mostra que não precisamos mais de Hitler (Alemanha), Idi Amim (Uganda), Kim Jong-il (Coréia do Norte), Joseph Stalin (Rússia), Benito Mussolini (Itália), Augusto Pinochet (Chile), Fidel Castro (Cuba). Tampouco é preciso ter saudades de gente como George W. Bush (EUA) ou Harry S. Truman, do mesmo país, e dos ditadores brasileiros. 

Apostar nesta gente é retroagir, é ter medo de lutar, é ter medo de pensar, é ter medo de crescer - no limite - é querer, mesmo, ser burro. Burro guiado, conduzido, silenciado. Obviamente, é preciso mudar muita coisa no Brasil. Por exemplo, é preciso melhorar os índices da qualidade educacional, (o que não significa apenas investir mais dinheiro), melhorar a qualidade da saúde, melhorar a justiça humana, melhorar o transporte e uma enorme lista de tantas outras coisas. Todo mundo sabe disso! Mas fundamentalmente, é preciso mudar a própria mentalidade, o caráter, a índole, a disposição, a educação cultural, etc. de uma grande maioria da população brasileira.

Há muita gente e  agências empenhadas na crítica discursiva e improdutiva contra a corrupção dos governos e instituições, mas, bastaria a esta mesma gente e a estas mesmas agências  apenas uma chance para mostrarem que não possuem um caráter minimamente mais ´´elegante´´. Vejamos: tentam subornar o policial, tentam auferir vantagem em detrimento dos direitos dos mais fracos, tentam dar o tal jeitinho (Ah! Como detesto esta palavra!) mentem sem pudor, furam fila, não devolvem o troco recebido a mais, tentam justificar os insucessos botando a culpa nos outros, colam na prova, copiam trabalhos e ideias da internet sem citar a fonte, criticam sem respaldos mínimos, espalham mentiras, reproduzem discursos sem refletir, tentam enganar os professores mais exigentes, apoiam o filho mesmo que este cometa as maiores atrocidades, julgam e sentenciam sem ter provas suficientes, etc. 

É possível que todas estas coisas existam em outros países, alguém argumentaria. Sim, mas penso que qualquer argumento em favor daquilo que é moralmente condenável em outros países, não nos tornaria melhor, não nos faria crescer, não aumentaria a tolerância entre nós. Não são, portanto, as coisas ruins de outros povos que devem ser tomadas como base ou parâmetro  para justificar e legitimar a nossa podridão. 

Definitivamente, não são estas coisas que nos farão melhores. Contrariamente, há coisas em muitos países que podem ser agregadas ao que já temos de bom. São coisas que nos tornariam mais inteligentes e sensatos. Coisas que se forem "predicadas" ao que já temos de melhor, poderão nos conduzir a outros adjetivos. Mas, a intuição parece indicar, por infortúnio e pelo atual fogo cruzado, que a nossa vizinha mais próxima parece ser a barbárie. É um certo distanciamento de alguns valores mais sublimes que piora tudo.

tempos, os valores morais, éticos, humanos, aqueles que elevam a espécie humana, foram sendo banidos. É até proibido falar disso no Brasil. Isto pode valer uma censura. Vou parar por aqui. Para um bom entendedor: todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer entrar na fila. Todo mundo quer ter boa vida, boa profissão, muito dinheiro... mas adivinha o que é preciso honestamente fazer!! Bem dizia o velho filósofo Sófocles:  "Mortal algum foi educado sem sofrer..."
Mas o que é preciso mudar? A inércia, a crença no se dar bem sem muito esforço. O papo furado, o fala, mas não faz. É preciso diminuir o tamanho do gogó e aumentar o do cérebro. Quebrar os CDs que foram enfiados na cabeça de muita gente que continua reproduzindo discursos infundados e toldados pela mentira. Há muitos papagaios que discursam aos ventos. Enfim, há muita gente que sofre do problema papudo, doença do gogó. Não adianta embelezar as cores dos cachecóis para esconder o problema!
  
Entre tantos outros índices, podemos olhar para o sistema educacional que é o mais importante. Em todos os níveis dos sistema educacional, parece que se esqueceram de que o esforço que uma borboleta faz para sair do casulo é o que lhe garante a vida e o voo. Esqueceram que certas funções mentais e certas habilidades do ser humano só se desenvolvem quando são estimuladas, exigidas... do contrário, se atrofiam e se encerram. Algumas destas funções  são a inteligência, o raciocínio, a capacidade de análise, a capacidade de reflexão, a capacidade de abstração, a capacidade de calcular, etc.  (basta ler um pouco de L. S. Vygostky, B. Bernstein, M. A. K. Halliday ). Autores que pouco gente conhece porque suas ideias exigem esforço e dedicação para compreendê-las.

É preciso mudar o conceito de "ser professor". Ser professor é uma profissão difícil e exige muita capacidade e competência! Mas mudar isso é muito difícil!! Para espanto geral, vejam que há muitos professores nas universidades brasileiras nos cursos de formação que nunca pisaram numa escola pública, nunca alfabetizaram uma criança do Pedra 90 ou de uma favela do Rio de Janeiro ou de uma escola qualquer. Nunca alfabetizaram um adulto e ficam receitando metodologias “do como fazer” para aos futuros professores que frequentam cursos de licenciaturas. Ora qual é a ética de ensinar ao outro a fazer algo que eu mesmo nunca fiz ou pratiquei? 

Há ainda muita gente nas universidades vomitando artigos e discursos em congressos sobre movimentos sociais sem nunca ter visitado ou realizado uma entrevista com um grupo daqueles que lutam e batalham por uma vida mais digna. É fácil defender ou criticar os movimentos sociais montado num sapato Luis XV, trabalhando em gabinetes com ar condicionado, cheirando a perfumes Bvlgari ou Chloe e andando de carros de marcas famosas. Sabe alguma coisa sobre um Sem Terra, um sem teto, um sem dignidade ou sem outras coisas? 

Há muita gente escrevendo ou discursando a favor de mais dinheiro para educação sem nunca ter lido, (pelo menos é - entre outras tantas - uma indicação) “Elaboração de Políticas e Estratégias para a Prevenção do Fracasso Escolar", de autoria do Prof. Luiz Fernando Dourado, que aliás fala sobre recursos monstruosos só para “combater” o fracasso escolar das crianças brasileiras!

 É preciso mudar a mentalidade de que qualquer  movimento de reivindicação no sistema educacional (especialmente nas universidades públicas)  começa pelo “enforcamento” das aulas. Se estudar e ter aulas fosse realmente uma coisa importante no Brasil, a aula seria a última coisa a ser sacrificada. Nas escolas públicas brasileiras (e já nas universidades) foi decretado que é proibido ao professor exigir que seu aluno raciocine, pense, estude, trabalhe. Agora, existe até uma prescrição de que é mesmo "perigoso" corrigir as avaliações dos alunos com caneta de tinta vermelha! Há quem defenda até a extinção das notas. A caneta vermelha - para alguns - além de possuir uma conotação perigosa com o comunismo, desmerece o aluno, diminui a estima do coitado, causa-lhe frustrações. Há alguma base séria para defender isso?

É preciso dizer, no entanto, que apenas os sádicos e idiotas seriam a favor do espancamento, da tortura, da humilhação, da destruição de um aluno ou de qualquer outro ser! Não é isso que se está pretendendo aqui! A destruição do aluno e do futuro cidadão começa com este sistema frouxo de poucas horas, de pouca coisa, do quase nada, do mais ou menos, do "não aperta que dói" do "não exija que eu tenho meus direitos", do "não vai ter aulas hoje porque acabou a energia". É assim que as crianças, a sociedade, o país... vão sendo preparados para justificar o fracasso de tanto tempo.

Em alguns casos já está sendo até proibido falar em provas! Imaginem! Isso provocaria pavor nas crianças, depressão, úlceras, vertigem, unha encravada!!! Não pode mais falar que isto ou aquilo está certo ou errado. Muitas pessoas que escrevem ou defendem estas ideias nunca pisaram no chão de uma escola pública para ensinar o que quer que seja!!! Acho que existe até uma intenção pouco republicana nessas ideias. Incitados pelo afrouxamento, o pior de tudo é que por coisas muito menores que estas citadas (provas, correção, dizer certo ou errado, etc.) muitos pais  chegam a ameaçar a escola e o professor de um processo judicial!

Provavelmente, há motivos para proibir o aumento das exigências e a promoção de um sistema educacional mais sério! Mas fica parecendo que na vida real o sujeito não é obrigado a conviver com  frustrações, não tem que resolver provas com questões difíceis que o mundo real exige todos os dias. Fica parecendo que todos os sujeitos são promovidos e aprovados com sucesso, sem o mínimo de esforço em uma realidade fantasiosa. Aliás, alguns filósofos e psicólogos  (coisas que pouca gente lê porque o BBB e o WhatsApp são as coisas mais importantes para uma multidão de brasileiros) já disseram que o sujeito precisa aprender a lidar e a superar suas frustrações. Caso contrário, ou vai suicidar ou matar literalmente o outro.

Enfim, sou contra qualquer tipo de ditadura porque acho que a história prova que os ditadores não governam melhor, nem são as melhores pessoas, tampouco possuem a melhor índole. Mas, ao mesmo tempo, sou contra a inoperância, a inépcia. Contra qualquer tipo de violência (violência dos impostos, violência do trem e ônibus lotados todos os dias, violência praticada pela escola de baixa qualidade). Sou contra o quebra-quebra. Sou contra a interrupção do direito de ir e vir. Sou contra atentar contra a vida de qualquer pessoa (inclusive daquelas que estão no hospital e podem morrer porque o médico foi impedido de chegar a tempo de socorrê-las por causa de uma manifestação de rua). 

Sou a favor da manifestação, do protesto (eu já fiz muitos quando era estudante) da exposição de ideias, do debate, etc. Mas também acho que, notadamente hoje com tanta tecnologia, há muitas outras formas eficazes e inteligentes de mudar as coisas. É preciso ser inteligente para não incorrer ingenuamente naquilo que Malcolm disse: “Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.”

Lembra de mim? (paródia)



Lembra de mim? (paródia)

Lembra de mim?
Lembra dos nossos encontros proibidos?
Lembra como era tão bom quando ficávamos juntos?

De madrugada, que esforço para ninguém nos ver naquela saída?!
Lembra como o tempo passava tão rápido?
Lembra de nossas conversas?

Lembra das músicas que ouvíamos juntos?
Descobri que te amos demais”, a preferida...
Lembra do fantasma do sétimo andar?
Lembra de nossas brincadeiras e aventuras?

Lembra que eu escreveria um livro sobre nós?
Lembra daquela rua onde eu tomava o táxi para ir embora?
Lembra daquela noite que caminhamos no campo de futebol?
Lembras, eu sei... mas talvez seja tarde demais...