terça-feira, 18 de março de 2014

Sistema fora do ar


 Sistema fora do ar

Alguém conhece um Banco do Brasil cujo nome deveria ser: Banco do Sistema Inoperante ou Banco do Sistema Fora do Ar?

 Pois é, meu Caminho de Santiago da Penitência começa todas as vezes que tento acessar minha conta  no site do BB e aparece uma mensagem: Senha bloqueada por motivo de segurança. Então, tento o 0800 e mais outros números... depois de um milhão de tentativas, eis que alguém me atende: Por favor, esta mensagem será gravada e, então, diga seu nome, CPF, CIC, tamanho do pé, se tem gato, papagaio, cachorro, se já almoçou hoje, etc. então digo tudo com a paciência de um otário. 

Depois de tudo, a mocinha me diz: isso não é comigo, vou transferir o Sr. para o Suporte Técnico. Já irritado, esqueço-me de que estou sendo gravado e digo um monte de elogios e coisas belas à mocinha... AFFFF!!! Finalmente, a musiquinha da transferência... espero... espero... espero... Ups!!! Alguém diz Alô?! Respondo, todo feliz!!!! Novamente, a coisa do CPF, CIC, tamanho do pé, etc. Conto toda a história outra vez e mais as histórias dos salapantus, cascabuios e insetez... e eis que o indivíduo me responde, depois de eu ter tentado quantas vezes para ser atendido... desculpe-me Sr., mas o SISTEMA ESTÁ INOPERANTE... pode ligar daqui a uns 10 minutos mais ou menos?? 

Ai!! Que alegria que me deu!!! Como eu fiquei feliz!!! Claro, eu exagerei um pouco porque estou putíssimo com a coisa da inoperância!!! (mas acho que só exagerei na coisa dos Salapantus...). É isso... aconteceu comigo agora...

17 de janeiro de 2013

Estrela cadente

Estrela cadente

Estrela cadente
Estrela que parou
Estrela que morreu...

Vazio de uma estrela
Que tinha um lugar
Que morreu... que morreu...

Eu ainda posso ver
Mas cadê você?
Estrela cadente
Estrela do desejo...

Seu brilho continua
Mas apenas o brilho
Sua alma já se foi
Ou nunca existiu...

22 de novembro de 2013 às 01:56

Teatro Noh - Tokyo


Teatro Noh

Hoje fui a Shibuya ver um evento sobre teatro NOh e Kyogen. Para mim, muitas coisas são estranhas neste mundo do teatro japonês. Suponho que por pura ignorância de minha parte. Depois, tivemos um ótimo e agradável tempo em um restaurante japonês. Contamos histórias, rimos muito e divertimos. Assim é a vida: feita de bons propósitos e notadamente de boas companhias! Obrigado por hoje!!

Eu vi cientistas

Eu vi cientistas

Vi cientistas criando remédio para salvar vidas
Vi gente matando gente, florestas e animais...
Vi gente criando bombas e fazendo guerras...

Vi cientistas criando vacinas para salvar crianças
Vi casais procurando médicos para ter uma criança
Vi mães matando crianças antes que estas nascessem...

Vi gente grande, com um coração enorme!
Vi gente mesquinha, pequena, inútil...
Vi gente fazendo hospitais, abrigos, escolas...
Vi gente roubando dinheiro dos pobres...

Vi gente morrendo por coisas pequenas
Vi gente tentando salvar o globo
Vi gente tentando fazer justiça
Vi gente comprando os tribunais...

7 de outubro de 2012 às 01:56 

Há pedras na montanha

Há pedras na montanha

Há muitas pedras na montanha,
As vozes gritam: há muitas pedras!
Sim, eu procuro uma pedra,
Uma pedra que ainda não achei.

Amarelas, pretas, brancas...
São todas pedras.
Redondas, quadradas, chatas,
Sâo todas duras... pedras, pedras...

Sensatas, insensatas e sem senso,
São todas pedras... pedradas...
Uma!!! Uma me bastaria!!

Há tanto tempo sigo meu trilho,
Procurando uma pedra, petrificada...
Já desisti, revivi, chorei...

18 de janeiro de 2014 às 21:36

O último encontro

 O último encontro

Enfim, vou te ver
Triste sina de quem tentou esperança.
E agora não sabe o que te dizer...

Pode ser um encontro para morrer
Morrer ainda alguma lembrança,
Ou que morra quem não se quer mais ver...

Talvez direi nada.
Talvez meu coração esteja mudo,
Talvez minha alma esteja enjoada,
Um olá e isto seja tudo.

Também se morre no coração,
O desejo pode ser uma vontade fria,
O olhar, o último toque do diapasão,
E sem palavras, um só aceno de mão...


14 de fevereiro de 2014 às 22:33

Na varanda

 Na varanda

Na varanda do décimo segundo andar apenas uma cadeira velha. Sinal de que alguém viveu ali sozinho olhando para longe e talvez sem esperanças. Sinal de que a vida passava enfadonha e devagar. Uma mesinha ao lado, denuncia as suspeitas de que o desejo de relaxar as ideias era forte. Muitos cigarros foram queimados e talvez o foram durante madrugadas em que o sono se fora e muitas lembranças martirizavam o sossego do vivente. No chão, um livro intitulado "Diário de um Jornalista Bêbado"...

 Deve ter sido alguém que perdeu um amor na infância ou recentemente. Pode ser alguém que perdeu a inocência da vida. Pode ser alguém que perdeu a vontade de viver. Não importa. Era alguém sozinho. Era alguém amargo. Que coisa! Como é bom experimentar o sabor de um beijo novo! Como é bom sentir o cheiro de um perfume bom! Como é bom se descobrir paquerado por alguém, não importa quem seja esse alguém! O que importa é que alguém ainda te deseja e isso deve ter algum valor!! O que importa é que esse alguém pode ter fantasias e imaginações... Esta é uma aventura que deixa qualquer um jovem. Faz renascer o pulsar forte da juventude.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Educação

Educação



Estamos afundando. Há muitos burburinhos... Mas o que é preciso mudar? Muita coisa: a inércia inoperante, a crença no se dar bem sem muito esforço, o papo furado, o fala, mas não faz, diminuir o tamanho do gogó e aumentar o do cérebro. Destruir ideias que foram enfiadas nas cabeças de muita gente e que são reproduzidas em forma de discursos infundados. Há muitos papagaios discursando aos ventos. Enfim, há muita gente que sofre do problema papudo. Então, é preciso criar condições para que as crianças e os adultos aprendam a pensar e a raciocinar. É preciso uma educação diferente. É preciso criar um brasileiro cujo discurso e prática sejam afinados e com uma distância muito pequena.
A natureza é uma coisa simples, mas fantástica ao mesmo tempo, pois nos ensina que o esforço que uma borboleta faz para sair do casulo é o que lhe garante a vida e o voo. Em paralelo, as pessoas se esqueceram que certas funções mentais e certas habilidades do ser humano só se desenvolvem quando são estimuladas, do contrário, se atrofiam e se encerram. Algumas destas funções  são a inteligência, o raciocínio, a capacidade de análise, a capacidade de reflexão, a capacidade de abstração, a capacidade de calcular, etc.  (basta ler um pouco de L. S. Vygostky, B. Bernstein, M. A. K. Halliday  ) É preciso mudar os conceitos de educação e de educar. Há muitos professores formadores nas universidades que nunca pisaram numa escola pública, nunca ensinaram alguma coisa a uma criança do Pedra 90 ou de uma favela do Rio de Janeiro e ficam receitando, aos seus estudantes, metodologias “do como fazer”. Há muita gente nas universidades pesquisando os movimentos sociais, mas trabalhando em seus gabinetes com ar condicionado, cheirando perfume Bvlgari ou Chloe e nunca conversaram com um sem terra, sem teto , sem dignidade ou sem outras coisas. Há muita gente escrevendo ou discursando a favor de mais dinheiro para educação sem nunca ter lido, pelo menos, (entre outras tantas indicações) “Elaboração de Políticas e Estratégias para a Prevenção do Fracasso Escolar, de autoria do Prof. Luiz Fernando Dourado. Um relatório mostrando o montante de recursos públicos (monstruosos) para “combater” o fracasso escolar no Brasil. Isso mesmo: recursos para combater somente o fracasso escolar!
                É preciso mudar, especialmente, a mentalidade de que qualquer  movimento de reivindicação no sistema educacional – mormente nas universidade públicas ---  começa pelo “enforcamento” da aulas. Se estudar fosse realmente uma coisa séria no Brasil seria a última coisa a ser sacrificada.  --- Nas escolas públicas brasileiras (e já nas universidades) foi decretado que é proibido exigir raciocinar, pensar, estudar, planejar, trabalhar e, agora, é até "perigoso" corrigir as avaliações com caneta de tinta vermelha! Além de ser a cor do comunismo, também houve alguém que disse que isto desmerece o aluno, que diminui a estima do coitado, que causa frustrações... Em algumas escolas é até proibido falar em provas! Imaginem! Isso provocaria pavor nas crianças, depressão, úlceras, vertigem, etc.
Não se pode mais falar a um estudante que isto ou aquilo está certo ou errado. Isso seria preconceito linguístico ou outras formas de preconceitos (--muitas pessoas que escrevem estas ideias nunca pisaram no chão de uma escola pública--). Por menos que isto, muitos pais já ameaçaram processar a escola e o professor. Com uma certa dose de ironia, há outros motivos para proibir tais práticas de exigências, de polimento. Por exemplo, alguém já ouviu dizer que lá na Escola Isolada Rural Santa Rosa, no estado do Paraná, as estatísticas mensuradas, vertical e horizontalmente mostram a quantidade de pessoas que morreram porque a tal Escola Isolada fazia exatamente o contrário do que se está exigindo hoje em dia??!! Oh!!! Fica parecendo que na vida real o sujeito não convive com frustrações, não tem que resolver provas com questões difíceis e reais todos os dias e também fica parecendo que todos os sujeitos são promovidos e aprovados com sucesso, sem o mínimo de esforço na vida real. É uma escola para criar gente despreparada, pessoas de espírito fraco. Aliás, alguns filósofos e psicólogos  (coisas que pouca gente lê porque o BBB agora é mais importante) já disseram que o sujeito precisa aprender a lidar e a superar suas frustrações. Caso contrário, ou vai suicidar ou matar literalmente o outro.