Educação
Estamos
afundando. Há muitos burburinhos... Mas o que é preciso mudar? Muita coisa: a inércia inoperante, a crença no se dar bem
sem muito esforço, o papo furado, o fala, mas não faz, diminuir o tamanho do
gogó e aumentar o do cérebro. Destruir ideias que foram enfiadas nas cabeças de
muita gente e que são reproduzidas em forma de discursos infundados. Há muitos
papagaios discursando aos ventos. Enfim, há muita gente que sofre do problema
papudo. Então, é preciso criar condições para que as crianças e os adultos
aprendam a pensar e a raciocinar. É preciso uma educação diferente. É preciso criar um brasileiro cujo discurso e prática sejam afinados e com uma distância muito pequena.
A natureza é uma
coisa simples, mas fantástica ao mesmo tempo, pois nos ensina que o esforço que
uma borboleta faz para sair do casulo é o que lhe garante a vida e o voo. Em
paralelo, as pessoas se esqueceram que certas funções mentais e certas
habilidades do ser humano só se desenvolvem quando são estimuladas, do
contrário, se atrofiam e se encerram. Algumas destas funções são a inteligência, o raciocínio, a
capacidade de análise, a capacidade de reflexão, a capacidade de abstração, a
capacidade de calcular, etc. (basta ler
um pouco de L. S. Vygostky, B. Bernstein, M. A. K. Halliday ) É preciso mudar os conceitos de educação e
de educar. Há muitos professores formadores nas universidades que nunca pisaram
numa escola pública, nunca ensinaram alguma coisa a uma criança do Pedra 90 ou
de uma favela do Rio de Janeiro e ficam receitando, aos seus estudantes,
metodologias “do como fazer”. Há
muita gente nas universidades pesquisando os movimentos sociais, mas
trabalhando em seus gabinetes com ar condicionado, cheirando perfume Bvlgari ou
Chloe e nunca conversaram com um sem terra, sem teto , sem dignidade ou sem
outras coisas. Há muita gente escrevendo ou discursando a favor de mais
dinheiro para educação sem nunca ter lido, pelo menos, (entre outras tantas
indicações) “Elaboração de Políticas e Estratégias para a Prevenção do Fracasso
Escolar, de autoria do Prof. Luiz Fernando Dourado. Um relatório mostrando o
montante de recursos públicos (monstruosos) para “combater” o fracasso
escolar no Brasil. Isso mesmo: recursos para combater somente o fracasso
escolar!
É
preciso mudar, especialmente, a mentalidade de que qualquer movimento de reivindicação no sistema
educacional – mormente nas universidade públicas --- começa pelo “enforcamento” da aulas. Se estudar fosse realmente uma coisa séria
no Brasil seria a última coisa a ser sacrificada. --- Nas escolas públicas brasileiras (e já nas
universidades) foi decretado que é proibido exigir raciocinar, pensar, estudar,
planejar, trabalhar e, agora, é até "perigoso"
corrigir as avaliações com caneta de tinta vermelha! Além de ser a cor do
comunismo, também houve alguém que disse que isto desmerece o aluno, que
diminui a estima do coitado, que causa frustrações... Em algumas escolas é até
proibido falar em provas! Imaginem! Isso provocaria pavor nas crianças,
depressão, úlceras, vertigem, etc.
Não se pode
mais falar a um estudante que isto ou aquilo está certo ou errado. Isso seria
preconceito linguístico ou outras formas de preconceitos (--muitas pessoas que
escrevem estas ideias nunca pisaram no chão de uma escola pública--). Por menos
que isto, muitos pais já ameaçaram processar a escola e o professor. Com uma
certa dose de ironia, há outros motivos para proibir tais práticas de
exigências, de polimento. Por exemplo, alguém já ouviu dizer que lá na Escola
Isolada Rural Santa Rosa, no estado do Paraná, as estatísticas mensuradas,
vertical e horizontalmente mostram a quantidade de pessoas que morreram porque
a tal Escola Isolada fazia exatamente o contrário do que se está exigindo hoje
em dia??!! Oh!!! Fica parecendo que na vida real o sujeito não convive com
frustrações, não tem que resolver provas com questões difíceis e reais todos os
dias e também fica parecendo que todos os sujeitos são promovidos e aprovados
com sucesso, sem o mínimo de esforço na vida real. É uma escola para criar
gente despreparada, pessoas de espírito fraco. Aliás, alguns filósofos e
psicólogos (coisas que pouca gente lê
porque o BBB agora é mais importante) já disseram que o sujeito precisa
aprender a lidar e a superar suas frustrações. Caso contrário, ou vai suicidar
ou matar literalmente o outro.