segunda-feira, 17 de março de 2014

Educação

Educação



Estamos afundando. Há muitos burburinhos... Mas o que é preciso mudar? Muita coisa: a inércia inoperante, a crença no se dar bem sem muito esforço, o papo furado, o fala, mas não faz, diminuir o tamanho do gogó e aumentar o do cérebro. Destruir ideias que foram enfiadas nas cabeças de muita gente e que são reproduzidas em forma de discursos infundados. Há muitos papagaios discursando aos ventos. Enfim, há muita gente que sofre do problema papudo. Então, é preciso criar condições para que as crianças e os adultos aprendam a pensar e a raciocinar. É preciso uma educação diferente. É preciso criar um brasileiro cujo discurso e prática sejam afinados e com uma distância muito pequena.
A natureza é uma coisa simples, mas fantástica ao mesmo tempo, pois nos ensina que o esforço que uma borboleta faz para sair do casulo é o que lhe garante a vida e o voo. Em paralelo, as pessoas se esqueceram que certas funções mentais e certas habilidades do ser humano só se desenvolvem quando são estimuladas, do contrário, se atrofiam e se encerram. Algumas destas funções  são a inteligência, o raciocínio, a capacidade de análise, a capacidade de reflexão, a capacidade de abstração, a capacidade de calcular, etc.  (basta ler um pouco de L. S. Vygostky, B. Bernstein, M. A. K. Halliday  ) É preciso mudar os conceitos de educação e de educar. Há muitos professores formadores nas universidades que nunca pisaram numa escola pública, nunca ensinaram alguma coisa a uma criança do Pedra 90 ou de uma favela do Rio de Janeiro e ficam receitando, aos seus estudantes, metodologias “do como fazer”. Há muita gente nas universidades pesquisando os movimentos sociais, mas trabalhando em seus gabinetes com ar condicionado, cheirando perfume Bvlgari ou Chloe e nunca conversaram com um sem terra, sem teto , sem dignidade ou sem outras coisas. Há muita gente escrevendo ou discursando a favor de mais dinheiro para educação sem nunca ter lido, pelo menos, (entre outras tantas indicações) “Elaboração de Políticas e Estratégias para a Prevenção do Fracasso Escolar, de autoria do Prof. Luiz Fernando Dourado. Um relatório mostrando o montante de recursos públicos (monstruosos) para “combater” o fracasso escolar no Brasil. Isso mesmo: recursos para combater somente o fracasso escolar!
                É preciso mudar, especialmente, a mentalidade de que qualquer  movimento de reivindicação no sistema educacional – mormente nas universidade públicas ---  começa pelo “enforcamento” da aulas. Se estudar fosse realmente uma coisa séria no Brasil seria a última coisa a ser sacrificada.  --- Nas escolas públicas brasileiras (e já nas universidades) foi decretado que é proibido exigir raciocinar, pensar, estudar, planejar, trabalhar e, agora, é até "perigoso" corrigir as avaliações com caneta de tinta vermelha! Além de ser a cor do comunismo, também houve alguém que disse que isto desmerece o aluno, que diminui a estima do coitado, que causa frustrações... Em algumas escolas é até proibido falar em provas! Imaginem! Isso provocaria pavor nas crianças, depressão, úlceras, vertigem, etc.
Não se pode mais falar a um estudante que isto ou aquilo está certo ou errado. Isso seria preconceito linguístico ou outras formas de preconceitos (--muitas pessoas que escrevem estas ideias nunca pisaram no chão de uma escola pública--). Por menos que isto, muitos pais já ameaçaram processar a escola e o professor. Com uma certa dose de ironia, há outros motivos para proibir tais práticas de exigências, de polimento. Por exemplo, alguém já ouviu dizer que lá na Escola Isolada Rural Santa Rosa, no estado do Paraná, as estatísticas mensuradas, vertical e horizontalmente mostram a quantidade de pessoas que morreram porque a tal Escola Isolada fazia exatamente o contrário do que se está exigindo hoje em dia??!! Oh!!! Fica parecendo que na vida real o sujeito não convive com frustrações, não tem que resolver provas com questões difíceis e reais todos os dias e também fica parecendo que todos os sujeitos são promovidos e aprovados com sucesso, sem o mínimo de esforço na vida real. É uma escola para criar gente despreparada, pessoas de espírito fraco. Aliás, alguns filósofos e psicólogos  (coisas que pouca gente lê porque o BBB agora é mais importante) já disseram que o sujeito precisa aprender a lidar e a superar suas frustrações. Caso contrário, ou vai suicidar ou matar literalmente o outro.

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