quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Certa vez... (talvez 2008...)


Certa vez...

Certa vez acordei sozinho no barulho da noite escura
O vento tinha um som rouco e aturdido
Os relâmpagos indicavam Deus guardando o mundo em suas memórias 
E os trovões faziam tremer todo o firmamento

Não era um medo de criança que assustada no escuro da noite, clama pela mãe
Não era um medo de estar sozinho que invadiu minha alma
Era um medo diferente... da solidão... de ficar só... e de não ter mais jeito...
Foi um medo de sentir medo para sempre... de sentir frio na chuva

O universo tem seus segredos... e no meio do temporal, de minha janela, como num filme, vi a sepultura de alguém que quer sair, mas não pode mais. Que está com medo, mas não pode gritar, que acorda e não pode saber onde o puseram... alguém que não descobrira a sintonia que envolve os elementos universais.

Foi então que uma luz azul, calma, serena... (não era a mesma luz das religiões porque não era confusa) surgiu na direção em que eu olhava.
Parou... e toda a natureza, inclusive os pingos da chuva, a cor dos relâmpagos pareciam ser contaminados por aquele azul. Por um instante fez-se silêncio, o temporal, o vento, os trovões foram segurados pela lei da inércia.


Finalmente... tudo era paz. O medo foi evadido pela segurança, pela firmeza, pela certeza. Eu parecia ser novamente criança brincando na minha floresta que tinha muitas folhas amarelas pelo chão e um caminho aberto para seguir. Aquela floresta que cada um esconde como uma lembrança ou esperança e que está somente onde a escondemos. Seriam nossos segredos ou simplesmente a revelação de nossas origens?

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